Trânsito

Ciclistas pelotenses enfrentam dificuldades relacionadas à estrutura e trânsito

Problemas encontrados vão desde buracos e má sinalização, até a pouca cautela dos motoristas

Foto: Volmer Perez - DP - Opção de transporte é bastante utilizada pelos pelotenses

Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

Opção de transporte bastante aderida pelos pelotenses, as bicicletas encontram no verão seu auge de utilização, dadas as altas temperaturas e tempos mais firmes. Além disso, o uso delas acaba sendo uma das maneiras mais saudáveis e econômicas de se locomover pela zona urbana, através da circulação por vias públicas feitas especificamente para este fim, as ciclovias e ciclofaixas. No entanto, os ciclistas têm encontrado dificuldades para transitar em diversos pontos da cidade, por problemas associados à má sinalização, buracos nas vias, e principalmente a falta de cuidado dos motoristas.

Por volta do meio-dia da tarde desta terça-feira (23), o comerciante Carlos Dias, 42 anos, seguia de bicicleta pela Félix da Cunha em direção à avenida Bento Gonçalves, cumprindo com o trajeto feito diariamente por ele, até a avenida República do Líbano. Segundo ele, a questão estrutural das ciclovias e ciclofaixas que ele encontra no caminho poderiam apresentar melhores condições. "Na Dom Joaquim com Andrade tem um buracão grandão, aí tem que desviar", reclamou. No mais, Carlos relata que a atenção deve aumentar no trecho em que o ciclista atravessa a Dom Joaquim, já que é um ponto de grande fluxo de veículos. "Tem que ter um pouco de cautela ali, porque o pessoal às vezes não enxerga, tem os pontos cegos também", indica.

Um problema exposto pelo ciclista acontece na Andrade Neves. A via contém uma ciclofaixa à esquerda em relação ao fluxo de veículos. Porém, o problema está nos carros estacionados, que ficam próximos ao espaço dos ciclistas e, por vezes, invadem esta área sem o cuidado preciso. "Pessoal que estaciona na Andrade Neves se esquece que tem ciclofaixa e acaba abrindo a porta muito ligeiro, e acaba prejudicando", apontou. Ainda, revela que no entorno da Igreja Catedral já testemunhou alguns abusos por parte de motoristas. "Naquela quadra, o motoboy pega ciclofaixa. Tem também quem estaciona na ciclofaixa. [...] O pessoal usa a ciclofaixa também como uma opção auxiliar para não passar pelos buracos", conclui.

Na avenida Dom Joaquim, a reportagem conversou com o ciclista Rodrigo da Silva, de 44 anos, fazia o caminho tradicional de deslocamento de bike até a sua casa, no bairro Fragata. Para ele, a imprudência é o maior desafio enfrentado no caminho. "Motorista que não sinaliza, ou não para no semáforo fechado. Eu costumo parar. Mesmo de bicicleta eu paro. Motoristas que às vezes querem aproveitar o amarelo e entram. Não respeitam a preferencial", atesta. De acordo com ele, o problema acaba sendo também o desrespeito. "Na ciclofaixa da Professor Araújo, seguido tem motorista estacionado".

"Na Duque de Caxias, que era para ser um corredor de ônibus, tem algumas partes em que as placas de concreto estão quebrando, aí dificulta um pouco o trajeto. Quando estava sendo feito um desvio pela Professor Araújo, todo o tráfego de ônibus entrava por ali, então esburacou muito e deu uma degradada na ciclofaixa", relata. Além do mais, da Silva cita que fica em dúvida em pontos como na Dr. Amarante, o trecho do Parque Dom Antônio Zattera, onde a ciclofaixa sofre interrupção por uma quadra. Ali, não existe nenhuma indicação que defina onde o ciclista deve transitar. Por isso, neste ponto, o homem prefere sempre circular lentamente pela calçada, mesmo que não tenha certeza do compartilhamento ou não do espaço.

Aproveitando o relato inicial da matéria, a reportagem foi até a Andrade Neves para verificar a situação. No entroncamento com a Pinto Martins, grandes buracos atrapalham o cruzamento não só de ciclistas como também de outros veículos. Daniela Pinheiro, de 38 anos, que passa pelo ponto todos os dias, conta não ser rara a aparição deste tipo de problema pelas vias de bikes. Aproveita para também comentar sobre as adversidades que o ciclista enfrenta por conta dos outros veículos. "Estacionam em cima da faixa de segurança, mesmo que seja rapidinho, atrapalha. A gente tem que ir para o meio da rua pra poder atravessar", diz a mulher. "Eu acho que deveria ter mais faixas de ciclistas", sugere.

O que diz a Prefeitura
O secretário de Transportes e Trânsito, Flávio Al Alam explica que os reparos são solicitados para a Secretaria de Obras e Pavimentação (SMOP) na medida em que as notificações sobre os problemas são feitas para a SMTT. "Sempre que recebemos alguma informação sobre algum problema direcionamos à secretaria encarregada de corrigir. No caso de buracos, é a SMOP que é acionada. Acabaram de ser feitos reparos na ciclovia da Domingos de Almeida, que tinha algumas imperfeições no pavimento. A ciclofaixa da Ferreira Viana estará em breve recebendo uma requalificação geral", diz. Conforme os dados da STT existem, atualmente, 70 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas em Pelotas. De acordo com a secretaria, projetos de novas ciclovias e ciclofaixas estão em fase de licitação.


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